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Projeto tangarás/ Manakins project

O tangará é uma ave endêmica da Mata Atlântica conhecida por sua extravagante exibição de voo. Os machos, conspícuos devido à coloração azul, preta e avermelhada, se agrupam em poleiros onde exibem uma dança para fêmeas, acompanhada de elaboradas vocalizações. Ao final da exibição, a fêmea decide se irá copular com o macho dominante ou se irá continuar em busca por outro parceiro reprodutivo (clique aqui para ver um vídeo). 

Esta ave é um ótimo modelo de estudo, pois nos permite questionar e entender como, ao longo do tempo, a evolução moldou sistemas reprodutivos tão complexos e que hoje se traduzem em comportamentos inusitados, como uma dança. Em outras palavras, queremos entender a influência da seleção natural e sexual sobre esse comportamento. Para obter essas respostas, é necessário conhecer o sistema como ele é hoje, estudando, por exemplo, como essas exibições e o sucesso em cópulas  variam entre os machos.  

Macho de tangará. Possuem o corpo azul, asas e cabeça pretas e coroa vermelha.

Fêmea de tangará. Possuem plumagem esverdeada e são bem diferentes dos machos adultos.

Quatro machos de tangará (da esquerda para a direita) durante a dança enquanto uma fêmea assiste a exibição (no poleiro, à direita). Clique aqui para ver outro vídeo.

O LECO já produziu dois trabalhos que descrevem  o repertório acústico e a dança desta espécie (você encontrará as publicações científicas na aba "publications", são elas: Schaedler et al. 2019 e Ribeiro et al. 2019). Em resumo, nesses trabalhos:

 

- Descrevemos os sinais sonoros e movimentos feitos pelos machos e pelas fêmeas durante a exibição em voo (ou, como chamamos, a "dança em roda").

- Fizemos registros inéditos de vocalizações e displays das fêmeas, sons mecânicos feitos pelos machos (que, provavelmente, são sons produzidos pela batida das asas).

- Descrevemos a sequência em que os movimentos são feitos pelos machos durante a dança em roda, indicando o quão estereotipada e consistente é a dança do tangará.

- Monitoramos vários grupos de machos e vimos que alguns deles são mais rápidos, fazem voos mais altos e chegam mais próximos às fêmeas durante a dança em roda. Acreditamos que essa diferença possa ser importante para as fêmeas quando decidem com qual macho irá para copular. Afinal, alguns machos podem ser mais atraentes que outros! 

- Descobrimos que machos fazem uma sincronização de chamados para atraírem as fêmeas ao poleiro de exibição antes de realizarem a dança em roda, assim como outras espécies do gênero Chiroxiphia. Entretanto, a grande novidade do tangará em relação a suas espécies aparentadas é que mais de dois machos podem fazer essa sincronização, o que chamamos de "coro". Esses chamados são bem altos e fáceis de serem ouvidos de longe. Então, se você já viu um tangará em campo, deve tê-lo encontrado por estarem emitindo essas vocalizações!

Nosso trabalho ocorre durante as estações reprodutivas dos tangarás (geralmente, entre setembro e fevereiro) e nossa equipe trabalha na Área de Proteção Ambiental Mananciais da Serra (Piraquara, PR) e na Reserva Natural Salto Morato (Guaraqueçaba, PR). Para obter todas estas informações, gravamos as vocalizações e filmamos as danças de vários machos, atividades que ocorrem geralmente sempre nos mesmos locais.

Para que seja possível identificar os machos e fêmeas, nós os capturamos e os marcamos com anilhas plásticas coloridas. Cada ave recebe uma combinação de cores única que nos permite fazer o seu reconhecimento à distância com binóculo. Após as expedições de campo, todos os dados coletados são analisados em laboratório com a ajuda de vários estagiários do Curso de Ciências Biológicas da UFPR.

Montagem das redes de neblina para captura das aves.

Estrutura para coleta de dados das aves capturadas.

Macho de tangará com três anilhas coloridas e uma anilha numerada disponibilizada pelo CEMAVE/ICMbio.

Gravação da vocalização das aves.

Montagem da filmadora para gravação da dança.

O tangará e a complexidade de sua dança são ainda pouco conhecidos pela ciência e pela comunidade de forma geral. Infelizmente, ainda temos poucos trabalhos científicos que descrevam em detalhes as características dessa dança, assim como sobre as interações entre os machos e fêmeas. Estudos como estes são importantes para entender como esse tipo de dança surgiu e evoluiu nas aves. Além disso, nossos resultados nos permitirão produzir e divulgar conhecimentos essenciais para preservar essa ave que vive em um ambiente tão ameaçado quanto a Mata Atlântica.

Região de estudo nos Mananciais da Serra, Piraquara, PR (clique aqui).

Reportagens sobre nosso trabalho:
Equipe
Atualmente, contamos com dois projetos de doutorado e um de iniciação científica em andamento, mas vale ressaltar que vários outros estudantes e colaboradores já passaram pelo LECO e contribuíram muito para esta pesquisa.

Pedro Henrique L. Ribeiro

Doutorando UFPR

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Larissa G. de Jesus

Graduanda UFJF

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Rafael O. Fratoni

Doutorando UFPR

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Estudantes antigos:

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M.Sc. Laura Maria Schaedler

Ryu Takahashi

Jeanluca Vergopolan

Mayara S. de Miranda

Amanda Protski

Ana Beatriz Roscia Costa

Letícia Mara Ceolin Antqueves

Professores:

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Dra. Lilian Manica UFPR

Dr. André Guaraldo UFPR

Dra. Regina Macedo UnB

Dra. Sabrina Araújo UFPR

Colaborações

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Este projeto foi financiado pelos seguintes patrocinadores:

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- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTIC)

- Animal Behavior Society 

- Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES/MEC)

- Fundação Araucária

- Doação de mais de 98 benfeitores listados abaixo que contribuíram para o financiamento coletivo "Desvendando a dança do tangará" do Projeto Benfeitoria. Muito obrigada!

Alexandre Henrique Lucchetti

Alysson Tinoco

Amanda Caroline Dudczak

Ana Elize Schott Lopes

Ana Luiza Schaedler Heim

André de Camargo Guaraldo

André Leister

Aryanne Amaral

Caio Rieping

Camila Buturi

Camila Carla Freitas

Carolina De Lima Adam

Claudia Trigo de Araujo

Conceição Luz

Daniel Esser

Danielle Palhares

David Feeney

Debora Goedert

Diogo Augusto Ribeiro

Eliane Luzia Schaedler Bastos

Ellen Kapp

Fatima Luz Schaedler

Felipe Gomes

Fernando José Ferneda Freitas

Francisco Bulhões

Francisco Grotta Neto

Gabriel De La Torre

Gabriel Nugoli Costa

Gabriela Pelissari Machado

Geisy Kelen Plodowski

Henrique Lima

Herbert Schubart

Jéssica Cocco

Jessica Ribeiro

João Victor Zauith Depauli

Joel Pinheiro

Jose Alexandre Cavalcanti de Souza

Joy Teixeira

Julia Buschmann

Laura Maria Schaedler

Leda Lusia T Manica

Lenira Ferneda

Leticia Antqueves

Lia Luz

Lilian Tonelli Manica

Lucia Schaedler

Luciana Vieira de Paiva

Luiz Henrique Varzinczak

Luiz Paulo de Souza Pinto

Luiz Wanderlei Ferreira

Marcelo Burigo Guimarães Rubio

Marcia Silva

Marco Antonio Manica

Marcus Cianciaruso

Mariana Barros

Marina Lima Carvalho Branco

Mario Filho

Mario Ribeiro

Mauro Angelo

Mauro Manica

Mayer Levy

Murilo Marochi

Nadia Ghem

Nadinni Oliveira

Natalia Allenspach

Natália Pedralli Bertolla

Nina Freitas

Noemia Figueiredo Lima

Paulo Henrique Sousa de Carvalho

Paulo Roberto Penachio

Pedro de Moraes

Pedro Diniz

Pedro Henrique Lima Ribeiro

Pedro Lucas

Priscilla Gomes

R'aissa Mikaela

Rafael Cristiam Araújo Ribeiro

Raul Buchi

Regina Helena Ferraz Macedo

Renata Alquezar

Renata Del Vecchio Gessullo

Renattho Nitz Oliveira

Rhaysa Witkowsky Sampaio

Ricardo Mucury Filho

Roberto Ricart

Rogério de Castro D. e Silva

Rui Wagner Ribeiro Sedor

Samuel Schwaida

Sandra Mara Ceolin Cordeiro

Shazeeda Ameerally

Shirley Guimarães

Sônia e Hilário Schaedler

Sonia Maria Ceolin

Téo Benjamin

Thiago Filadelfo

Viviane Teixeira

Yvone Dimanche

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